m@ser

6.27.2007

O QUE SINTO

Vida que me aturas e me suportas
e que eu te suporto a ti.
Não quero ficar sozinho,
sozinho tudo parece vazio…
Só a calma e tranquilidade deste jardim, desta ilha
lugar aconchegado de natureza viva,
que me torna forte , e livre de viver.
O melro que canta só para mim, na solidão deste momento..
O mar que nunca pára,
e desvenda devagarinho, para quem quer ver,
as maravilhas do mundo submerso.
Os ramos despidos e amarelados da natureza viva
de uma vida, de um lugar.. de uma ilha.
Ó monte, meu amigo,
estás sempre lá, e sei que posso contar contigo,
nunca foges aos teus compromissos.
Recordo agora momentos mágicos de criança,
imagens presas em papel, que me mantêm acordado,
perante a minha infância..!
Trazem-me tantas recordações,
que até me custa a acreditar
que estou aqui e é para ficar.
Sinto agora que tenho tempo para mim,
desfruto de um momento em que me sinto,
como se só agora tivesse nascido.
E sinto-me a mim mesmo,
como se nunca tivesse sentido,
a calma, a raiva, o ódio ou o amor.
O amor de quem me ama,
e o meu próprio amor.
Sentindo e perguntando,
o porquê do nosso destino,
sabendo que continuarei amando
sabendo que continuarei sorrindo,
esta vida onde quem pára
deixa de viver,
onde desperdiçar tempo
é o mesmo que morrer.
Por isso tento viver,
viver ao máximo,
sem se quer desperdiçar
o meu precioso tempo,
tentando apenas abdicar
de todo o tormento
que é para mim imaginar
toda a minha vida, neste momento.
Quero apenas viver
De tudo o que me dá prazer
evitar problemas e discussões
viver da tranquilidade e consciência,
de que é fruto a maturidade
que temos na adolescência.
Só quero amar, e ser amado,
sentir a felicidade das coisas,
no dia a dia, e no olhar
de quem nos rodeia.
Saber ajudar quem precisa, e dispensar
quem nos dispensa.
É o prazer que dá sentido à vida,
assim escrevo, e transmito o que sinto
num momento feliz, onde me encontro
despreocupado com tudo, apenas
ambicionando o que já tenho…
A alegria de viver!
Na poesia perdemo-nos, e encontramo-nos,
mentimos, e quando mentimos,
é a nós próprios,
mas por vezes dizemos verdades,
verdades que não queremos dizer.
Mas é assim, não se pode controlar a mão,
quando ela escreve,
o que o coração manda…
e nunca me esquecerei, que “é o destino que baralha as cartas,
mas somos nós que as jogamos”…

Maser
Fev 2003