m@ser

6.30.2010

Um filho não é morte que se vença

Nasceste em horizonte desejado
Entre gente de ternura universal
Crescer e ser feliz foi o teu fado
Viver todos os dias com ideal

Que saudades tu sentias de criança
Do amor que te cingiam em bonança
No reverso das paixões, que inconstantes
Baloiçavam entre vagas do levante
Mergulhadas num abismo de rompante
Sem que a morte desse à vida mais descante

Não há raiva ou amargura que liberte
Todo o nosso sofrimento e tristeza
Não há força que nos mate esta plangência
Nem apague o nosso luto e frieza

Nascer, viver, morrer, com pundonor
Eutanásia, só além de tanta dor
Mas um filho não é morte que se vença
Num desgosto que transcende a própria essência
Mergulhada num abismo de rompante
Sem que a morte desse à vida mais descante

PS: Escrito no 3 aniversário da morte do meu filho.
Angra do Heroísmo 8/7/2009
Aristides